A Análise Ergonômica Preliminar (AEP) é uma ferramenta valiosa no campo da segurança do trabalho, auxiliando na identificação precoce de possíveis riscos ergonômicos em ambientes laborais.
Para aqueles que ainda têm dúvidas sobre o que é uma AEP e quando é recomendada, nesse artigo explicaremos de forma abrangente a AEP, seu propósito, como realizá-la e sua obrigatoriedade de acordo com a Norma Regulamentadora 17 (NR17).
O que é uma Análise Ergonômica Preliminar (AEP)?
A Análise Ergonômica Preliminar (AEP) é um processo de avaliação inicial que busca identificar, de forma preliminar, os riscos ergonômicos presentes no ambiente de trabalho.
Essa análise tem como foco identificar perigos ergonômicos/fatores de risco, antecipar problemas potenciais relacionados à ergonomia, possibilitando a implementação de medidas preventivas antes que possam causar danos à saúde dos trabalhadores.
Entenda a Importância da Análise Ergonômica Preliminar
A AEP desempenha um papel fundamental na garantia da segurança e bem-estar dos trabalhadores, além de promover a eficiência e produtividade.
Apenas em 2019, cerca de 39 mil trabalhadores foram afastados por LER/DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho).
Ao realizar essa análise, é possível identificar áreas de risco e implementar medidas preventivas e ajustes ergonômicos necessários, evitando lesões, doenças ocupacionais e melhorando a qualidade de vida no trabalho.
Qual a diferença entre AEP (Análise Ergonômica Preliminar) e AET (Análise Ergonômica do Trabalho)?
A Análise Ergonômica Preliminar (AEP) é uma etapa inicial e geralmente mais simplificada do processo ergonômico.
A AEP serve como uma primeira abordagem para identificar problemas potenciais e pode ser realizada de maneira rápida e menos detalhada, fornecendo uma visão geral dos desafios ergonômicos presentes.
Por outro lado, a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é uma análise mais aprofundada e detalhada. Ela envolve um processo mais complexo de coleta de dados, avaliação de tarefas, medição de variáveis ergonômicas e a aplicação de métodos e ferramentas específicas.
Ambas as análises desempenham um papel crucial na promoção da saúde e segurança dos trabalhadores, mas são aplicadas em estágios diferentes do processo ergonômico.
Como realizar uma Análise Ergonômica Preliminar?
A realização da AEP envolve etapas como o levantamento de informações, observação direta, avaliação qualitativa, semiquantitativa e/ou quantitativa, e a elaboração de um relatório detalhando os resultados.
A seguir, detalharemos essas etapas com mais profundidade:
- Levantamento de Informações
Nesta etapa, é essencial coletar dados sobre o ambiente de trabalho, as atividades realizadas, as posturas adotadas, o mobiliário, os equipamentos utilizados e outros elementos relevantes.
A coleta de informações é uma base sólida para entender a dinâmica do local de trabalho e identificar potenciais riscos ergonômicos.
- Observação Direta
A observação direta é uma ferramenta valiosa para compreender as atividades dos trabalhadores no ambiente de trabalho.
Os ergonomistas podem acompanhar de perto as tarefas executadas, identificando situações de risco ergonômico, posturas inadequadas e movimentos repetitivos que podem afetar a saúde dos trabalhadores.
- Avaliação Qualitativa, Semiquantitativa e/ou Quantitativa
A avaliação ergonômica pode incluir diferentes abordagens, dependendo da complexidade da situação de trabalho e dos riscos identificados.
A avaliação qualitativa envolve a identificação de fatores ergonômicos que podem causar desconforto ou lesões.
A abordagem semiquantitativa pode envolver a atribuição de valores para diferentes variáveis ergonômicas, enquanto a avaliação quantitativa pode incluir medições precisas para determinar os níveis de exposição a riscos ergonômicos.
- Elaboração de relatório
Durante essa etapa, é documentado os resultados obtidos, apontando as situações de risco, sugerindo as intervenções necessárias para a melhoria ergonômica ou solicitando aprofundamento das informações através da realização de uma Análise Ergonômica do Trabalho.
A Análise Ergonômica Preliminar é obrigatória? Entenda o que diz a NR17
A Norma Regulamentadora 17 (NR17) estabelece diretrizes ergonômicas para os ambientes de trabalho, visando garantir a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, proporcionando o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
A NR17 faz referência à necessidade de elaboração da AEP a todas as situações de trabalho, das organizações e dos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como dos órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
“17.3.1 A organização deve realizar a avaliação ergonômica preliminar das situações de trabalho que, em decorrência da natureza e conteúdo das atividades requeridas, demandam adaptação às características psicofisiológicas dos trabalhadores, a fim de subsidiar a implementação das medidas de prevenção e adequações necessárias previstas nesta NR.”
“17.3.1.1 A avaliação ergonômica preliminar das situações de trabalho pode ser realizada por meio de abordagens qualitativas, semiquantitativas, quantitativas ou combinação dessas, dependendo do risco e dos requisitos legais, a fim de identificar os perigos e produzir informações para o planejamento das medidas de prevenção necessárias.”
“17.3.1.2 A avaliação ergonômica preliminar pode ser contemplada nas etapas do processo de identificação de perigos e de avaliação dos riscos descrito no item 1.5.4 da Norma Regulamentadora nº 01 (NR 01) – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais.”
Conclusão
A Análise Ergonômica Preliminar é uma ferramenta poderosa para a prevenção de riscos ergonômicos nos ambientes de trabalho.
Sua realização é essencial para antecipar possíveis problemas, garantindo a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.
Ao implementar a AEP e seguir as diretrizes da NR17, as organizações demonstram compromisso com a saúde e segurança de seus colaboradores, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro, produtivo e saudável.
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